Mesmo com o dólar alto, Brasil se torna o 4º país que mais envia turistas aos Estados Unidos
Por que o Brasil se destaca?
Apesar dos desafios econômicos, como a cotação do dólar acima de R$ 5,60 e o aumento do IOF sobre transações internacionais, o Brasil consolidou-se como o quarto maior emissor de turistas para os Estados Unidos no primeiro trimestre de 2025. Dados divulgados pelo escritório de turismo Viva América, com base em informações do Escritório Nacional de Viagens e Turismo dos Estados Unidos (NTTO), revelam que 478.535 brasileiros visitaram o país entre janeiro e março deste ano. O número representa um crescimento de 4,89% em comparação com o mesmo período de 2024.
Quem lidera o ranking e qual a posição do Brasil?
O levantamento também mostra uma reconfiguração no comportamento dos principais mercados emissores. Veja o ranking dos sete países que mais enviaram turistas aos Estados Unidos no início de 2025:
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México – 2,8 milhões de visitantes (queda de 21%)
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Canadá – 2,6 milhões (queda de 46%)
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Reino Unido – 799 mil (queda de 2,5%)
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Brasil – 478 mil (crescimento de 4,9%)
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Japão – 451 mil (crescimento de 4%)
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Índia – 441 mil (estável)
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China – 405 mil (crescimento de 8,7%)
O dado chama atenção porque, enquanto os três países mais bem colocados registraram queda no número de turistas, o Brasil foi um dos poucos a apresentar crescimento — mesmo com o câmbio desfavorável e a economia pressionada.
Onde os brasileiros mais desembarcam?
Os dados do NTTO indicam que a Flórida permanece como o principal destino dos brasileiros nos EUA. O estado recebeu 200.064 visitantes vindos do Brasil no primeiro trimestre, o que representa um aumento de 5,7% em relação ao ano anterior. O aeroporto de Miami lidera como principal porta de entrada, com 105.294 chegadas, seguido por Orlando, com 81.151.
O que motiva o brasileiro a viajar para os EUA?
Segundo Rafael Rezende, diretor da Viva América no Brasil, o apelo cultural norte-americano desempenha um papel central nesse movimento. "Existe uma afinidade emocional e cultural muito forte com os Estados Unidos. Séries, filmes, música e o estilo de vida americano exercem grande influência sobre o consumidor brasileiro", explica.
Além disso, eventos esportivos de grande porte ajudam a impulsionar o interesse por viagens. O Mundial de Clubes da FIFA, previsto para junho deste ano, e a Copa do Mundo de 2026, ambos com sede nos Estados Unidos, são apontados como catalisadores de novas ondas de turistas vindos do Brasil.
Como o cenário econômico impacta esse fluxo?
Apesar do dólar cotado a R$ 5,66 e do aumento no IOF para operações de câmbio e compras no exterior, o turismo brasileiro para os Estados Unidos continua robusto. O bom desempenho pode ser explicado pela combinação entre desejo reprimido de viagens pós-pandemia, acesso facilitado ao visto americano e a manutenção de promoções aéreas pontuais.
Entretanto, especialistas alertam que, caso o cenário econômico se deteriore, pode haver uma desaceleração nos próximos trimestres. Ainda assim, o comportamento resiliente do turista brasileiro tem surpreendido o setor e reforça o país como um mercado estratégico para o turismo internacional norte-americano.
O Brasil reafirma sua força no turismo internacional ao atingir a quarta posição entre os países que mais enviam visitantes aos Estados Unidos, superando nações com maiores facilidades geográficas e econômicas. A força da cultura americana no imaginário nacional, aliada à expectativa por grandes eventos e à busca por experiências no exterior, sustenta o fluxo. Em um cenário global incerto, o turista brasileiro continua sendo um dos mais presentes nas terras do Tio Sam.