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Parques Nacionais do Brasil batem recorde de visitação em 2024, mas muitos ainda são desconhecidos

Em 2024, os Parques Nacionais do Brasil registraram um recorde histórico de visitação, com mais de 12,5 milhões de entradas contabilizadas, segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Esse aumento reflete o crescente interesse pelo turismo de natureza e aventura no país, que foi eleito o melhor destino do mundo para esse segmento pelo portal US News & World Report em 2024.

No entanto, esse crescimento não é uniforme. Enquanto alguns parques recebem milhões de visitantes anualmente, outros permanecem praticamente desconhecidos do grande público, seja por falta de infraestrutura, acesso restrito ou desconhecimento.


Os mais visitados: natureza e infraestrutura como atrativos

O Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, liderou o ranking de visitação em 2024, com mais de 4,6 milhões de visitantes. A unidade abriga o Cristo Redentor, um dos principais cartões-postais do país, além de trilhas, cachoeiras e mirantes.

Em segundo lugar, o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, recebeu mais de 2 milhões de visitantes. As famosas Cataratas do Iguaçu são o principal atrativo, mas o parque também oferece trilhas e rica biodiversidade.

O Parque Nacional de Jericoacoara, no Ceará, completa o pódio, com mais de 1,5 milhão de visitantes. Conhecido por suas dunas, lagoas e a Pedra Furada, o parque é um dos destinos mais procurados no Nordeste.


Os menos visitados: belezas escondidas e desafios de acesso

Por outro lado, diversos parques nacionais permanecem com baixa visitação. O Parque Nacional da Serra do Teixeira, na Paraíba, criado em 2023, ainda não possui infraestrutura para receber visitantes em larga escala. Com 61 mil hectares de Caatinga e Mata Serrana, o parque abriga o Pico do Jabre, ponto mais alto do estado, e cavernas recém-descobertas.

O Parque Nacional do Alto Cariri, na Bahia, criado em 2010, também enfrenta desafios similares. Com 19,2 mil hectares de Mata Atlântica, o parque é rico em biodiversidade, mas carece de estrutura para receber turistas.

Outros exemplos incluem o Parque Nacional do Araguaia, no Tocantins, e o Parque Nacional do Cabo Orange, no Amapá, que, apesar de suas belezas naturais, são pouco conhecidos e visitados.


Desafios e oportunidades para o ecoturismo

Especialistas apontam que a falta de infraestrutura, como estradas, sinalização e centros de visitantes, além de políticas públicas de incentivo, são os principais entraves para o desenvolvimento do ecoturismo em parques menos conhecidos.

Por outro lado, a crescente demanda por turismo de natureza e a valorização de destinos sustentáveis representam oportunidades para diversificar o fluxo de visitantes e promover o desenvolvimento regional.

Investimentos em infraestrutura, capacitação de comunidades locais e campanhas de divulgação são estratégias apontadas como fundamentais para integrar esses parques ao roteiro turístico nacional.


Conclusão

O recorde de visitação aos parques nacionais em 2024 evidencia o potencial do Brasil como destino de ecoturismo. No entanto, é necessário um esforço conjunto entre governo, iniciativa privada e sociedade civil para garantir que esse crescimento seja sustentável e inclusivo, valorizando tanto os destinos consagrados quanto os tesouros naturais ainda pouco explorados.